Sereiau – Festival de Cabaçaria Tradicional

Sereiau – Festival de Cabaçaria Tradicional – chega a Brasília dentro de uma Cabaça Vovó, carregando encantados, batuques e tradição, de mão em mão, de geração em geração, através dos tempos. Um encontro de brincantes da cabaçaria, desde povos originários, de terreiro, da terra, da festa, da presença!

Idealizado por @jun_cascaes, sereie brasiliense, diretore do projeto @Sereia Luzia da Estrela Molhada, Sereiau vem ajuntar os mistérios das cabaças, sem desvendá-los.

Programação

Traga seu agbê para 6 dias de mergulho em rodas de conversa, shows virtuais e presenciais, além de oficinas. O festival – que conta com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC/DF) e do Ministério da Cultura do Governo Federal (MinC) – acontece, nos modos virtual e presencial, entre 15 a 23 de outubro, a partir das 16h, em diversos espaços culturais da cidade.

VIRTUAL

Rodas de Conversa (Zoom) e Espetáculos (Youtube)

Formulário de inscrição para Rodas de Conversa

Mediadora: Stéffanie Oliveira.

PRESENCIAL

Oficinas (Renato Russo e Kifanda) e espetáculos (Infinu)

Apresentadora: Prethaís.

  • Dia 15.10 – domingo
  • Dia 23.10 – domingo
    • 15h às 17h – Oficina de percussão com grupo Bongar (PE).
    • Formulário de inscrição.
    • Limitação: 30 vagas.
    • Local: Espaço Kifanda – Sede do Nzinga DF. Conic, Ed. Acropol, sala 306.

 

Jun Cascaes

Artista e brincante brasiliense, têm o agbê – instrumento de origem africana, feito de cabaça e contas – como mestre, há 19 anos. Difunde, em sua trajetória criativa, o “Toque de Sereia” e a mitologia das sereias de rio do cerrado, criados por elu.

Cofundadore do grupo Seu Estrelo, atuou por 17 anos na feitura dos toques de agbê para o ritmo Samba Pisado, tendo concebido não só uma vasta diversidade de sons e movimentos, mas também uma identidade originalmente candanga na maneira de tocar. Identidade essa que, crescida e expandida, tornou-se uma brincadeira independente, a Sereiada (2011). Aborda uma relação inventiva entre os agbês, as sereias e a dança a partir de fundamentos da tradição e da contemporaneidade.

Dessa vasta experiência e vivências com as tradições populares do Brasil, desde 2004, criou a Oficina Sereiada – Agbê e Dança Invisível e o grupo Sereia Luzia da Estrela Molhada (2017). Lançou também o espetáculo solo de dança Floreio, acompanhado por uma banda, resultando em um álbum com 13 músicas autorais, trilha sonora do espetáculo. Transitou ainda pelo Brasil e pela Europa com apresentações e oficinas, formando um grande cardume de sereies por aí.

O agbê

Das mestras e mestres foram absorvidos os saberes ancestrais da tradição, para firmar, na jovem capital do país, fazeres continuados e inventados. Dessa forma, Brasília integra-se a uma costura plural de culturas tradicionais resistentes, mitológicas e brincadas pelo Brasil. Nesse contexto, o agbê incorpora-se à identidade brasiliense na cultura popular, a partir de pesquisadores, como Jun e sua Sereiada, a qual possui ampla reverberação por diferentes grupos e brincadeiras atuais carregando fundamentos do “Toque de Sereia”, caracterizado por um agbê repicado, dançado, voador e cheio de segredos d’água.

O festival

Convidades da cultura negra e indígena, partilham ensinamentos e mitologias originárias que envolvem as cabaças como instrumentos, artesanatos, além de outros usos do fruto. Com isso, propõe-se um movimento de decolonização da contação da história brasileira, a partir das vozes ancestrais e brincantes.

A relação harmônica da manutenção das tradições com o bioma local é também ponto de debate no Sereiau. Ainda sobre ancestralidade, o festival traz mestras e mestres brasileiros de manifestações que utilizam os agbês há mais tempo no país para fortalecer laços entre passado e presente.

Além disso, as apresentações virtuais e rodas de conversa ampliam as participações de artistas, a troca entre luthiers, músicos, brincantes e público em geral, possibilitando o acesso de quem está em outras cidades e países.

Atrações

  1. Mestra Joana – maior referência de mestra e tocadora de agbê no Maracatú do Brasil. O Maracatu Encanto do Pina, foi o primeiro, no país, criado e regido por uma mulher. Forte engajadora das mulheres na tradição e dos toques de agbê criados e difundidos por ela, Mestra Joana coordena grupos do Baque Mulher no país inteiro.
  2. Baque Mulher DF – grupo de maracatu brasiliense, dirigido por Mestra Joana, atua difundindo e firmando seus fundamentos.
  3. Filhas de Gandhy – grupo da Bahia que representa o afoxé, a tradição cultural mais antiga a manifestar o agbê no Brasil, trazido dos terreiros.
  4. Lenna Bahule – grande artista, cantora, dançarina e percussionista moçambicana, que já residiu no Brasil e tem relação profunda com instrumentos feitos de cabaça.
  5. Yalorixá Mãe Cícera de Oxum – mãe de santo e mobilizadora comunitária. Junto com sua mãe, cresceu na tradição dos terreiros de Xangô e Jurema. É radicada em Brasília e há mais de 14 anos coordena o Templo Espiritual Rosa Branca, atendendo a comunidade na linha de Umbanda e Jurema.
  6. Mestre Negoativo – brasileiro Mestre da Capoeira, referência no Brasil e no mundo com profunda pesquisa dos berimbaus e a relação com a natureza e a auto escuta.
  7. Nãnan Matos – tamboreira manancial do elo África Brasil, há 17 anos, concretiza em seu corpo a ancestralidade para a traduzir em multiplicidade musical. Ativista em dança, batuque e multilinguagens.
  8. Sarah Ayrê – musicista, percussionista, multi-instrumentista, faz forró, entre outros ritmos, e movimenta a cena musical de mulheres no Distrito Federal.
  9. Sereia Luzia da Estrela Molhada – grupo brasiliense, que movimenta e oferece esse festival, criado por Jun Cascaes, a partir de seus 19 anos de pesquisa e vivência com o agbê e a cultura popular brasileira e brasiliense.
  10. Mestre Guga Santos – músico, compositor e artista visual que pratica Capoeira Angola e trabalha como educador artístico.
  11. Bení Kadiweu – artista Kadiweu, bacharel em Design, mestranda em Antropologia Social e empreendedora social, tem antiga e profunda relação com as cabaças.
  12. Mo Maiê – musicista, arte-educadora e pesquisadora da música do transatlântico  afroameríndio. Escritora, artista visual e performer, idealizou a plataforma criativa Djalô Música Nomad.
  13. Bongar – grupo musical formado por ogãs de terreiro, que preserva e difunde a cultura Xambá.
  14. Zenga Baque Angola – Maracatu de baque virado do DF, filhos da Nação Leão da Campina e afilhados do Coco de Besouro Mangangá.
  15. Sereiau – Um “traga vasilha” na versão agbês, que abre o festival! Conduzido por Jun e Sarah Airê, junto ao público, muita música e lavação na abertura do festejo.
  16. Stéffanie Oliveira – preside o Instituto Rosa dos Ventos de Arte Cultura e Cidadania, responsável pelo Circuito de Culturas Populares do DF. É criadora e diretora artística do Festival São Batuque, da Festa das Águas e da Festa das Yabás, que exaltam as tradições de matriz africana. Além disso, é diretora do documentário Terras Diversas, um recorte cultural sobre vidas candangas.
  17. Prethaís – presente na cena cultural do Distrito Federal desde 2014, participa ativamente de movimentos sociais e culturais ligados às comunidades preta e LGBTQIA+, segmentos básicos de todos os seus trabalhos. Usa a arte e a cultura periférica em espaços de ressocialização, escolas e em atividades voltadas para diferentes públicos.